É muito comum ver desenvolvedores de outras linguagens falarem mal de PHP, citando que é inseguro e não tem orientação à objetos. Mas será que estes estão realmente atualizados e falando algo condizente com a realidade sobre uma linguagem que em 2010 estava em 71% de tudo que existia na web e hoje está em praticamente 82% de tudo?
Muitos desenvolvedores desinformados ainda usam como referência o PHP de 2004, quando a linguagem tinha pouco suporte à orientação e era mais voltada para sites. Poucos sabem que ela evoluiu muito:
- 2005 na v5.1: Melhor suporte à OOP e PDO (PHP Data Objects) que fornece uma interface padronizada para trabalhar com bancos de dados, cuja finalidade é abstrair a conexão e interações independente do BD;
- 2006 na v5.2: Melhorou os filtros de entradas de dados, aumentando a segurança e resolvendo pontos que “tornava PHP inseguro” e ano de origem dos principais frameworks da linguagem: Zend Framework 1, Symfony 1 e CodeIgniter, quando o ZF1 foi adotado na grande maioria de projetos corporativos de grande parte no Brasil;
- 2009 na v5.3: Melhorias novamente em OOP com suporte à Namespaces, Late Static Binding e Closures. Foi criado o PHP-FIG (Framework Interop Group), que resultou nas criação das PSR (PHP Standars Recommendations) e, posteriormente, em um excelente gerenciador de dependências (Packagist+Composer), trazendo uma nova onda de versões de frameworks em 2010: Zend Framework 2, Symfony2 e Laravel. Além disso tudo, teve ganho de performance de 30% a 40%;
- 2010 na v5.4: novas funcionalidades como Traits, shortened array syntax e um webserver built-in para facilitar os testes locais. Ganho de performance de 20% a 25%;
- 2013 na v5.5: novas funcionalidade como generators and coroutines, finally no Try..Catch, API de Hash simplificada, suporte para constant array/string dereferencing, resolução de nome para Classes escalares, iteração de chaves não escalares. Ganho de performance de 15% a 20%;
- 2014 na v5.6: novas funcionalidades como Constant Scalar Expressions, funções e argumentos variádicos. Ganho de performance de 10% a 15%;
- 2015 na v7.0: Opção de trabalhar em strict mode forçando a tipagem de variáveis, declaração de tipos escalares e retornos de métodos. Todo core da linguagem foi revisado e atualizado, dando ganho de performance de até 200%. Sim, isso mesmo: 200%!
Quando falo de projetos de grande porte, cito: SISU, SISUTEC, PROUni, FIES, ENEM. Dei exemplos locais para não ficar no clichê Facebook e Wikipédia. Hoje, o PHP recebe apoio de diversas empresas como Microsoft, que já trabalhou com a Zend para melhorar o suporte ao PHP em sua plataforma; Oracle com suporte efetivo ao OCI IBM; Google que passou a oferecer suporte ao PHP no Google App Engine; Red Hat com Openshift, entre outras.
Para finalizar é bom lembrar que PHP é usado por 81,7% de tudo que existe na web, segundo a (w3techs). E deixo duas perguntas para reflexão:
- Como uma linguagem aumentaria seu market share em 10% em 6 anos, evoluindo e se adaptando às novidades e tecnologias praticamente a cada 12 meses, se ela não fosse realmente muito boa?
- Então, será que, realmente, PHP não presta?
Este post surgiu de uma dicussão no APTIB – Google Groups, e foi transcrito com pequenas adaptações.
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Artigo publicado originalmente em: http://blog.walkeralencar.com/archives/php-nao-presta-644
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