Neste post vamos conversar com o Alexandre Gomes Gaigalas, autor do projeto Respect e contribuidor de diversos projetos Open Source.
Fale um pouco sobre você
Meu nome é Alexandre Gaigalas. Eu não tenho formação acadêmica ou certificação alguma.
Aprendi boa parte do que sei por conta própria e curiosidade. Tive uma grande inspiração pra seguir esse rumo, meu tio Gilberto Gaigalas, que também construiu a carreira sendo autodidata.
Minha primeira experiência com PHP foi lá pelos 14 ou 15 anos, pouco depois de eu começar a usar a internet, quando um fórum no qual eu postava saiu do ar e um amigo me disse que era possível criar o meu próprio usando uma ferramenta chamada phpBB.
Tive muita sorte com meus primeiros empregos. Eles foram cheios de desafios e tecnologias diferentes. Trabalhei em uma das primeiras startups do país, a Kingo Labs.
Pouco depois, entrei numa equipe que só tinha estrelas do PHP brasileiro: Anderson Casimiro, Ivan Rosolen e Ivo Nascimento, um ambiente que sem dúvida me fez crescer e começar a interagir melhor com a comunidade.
Acabei no time do Yahoo! Brasil, até a equipe de desenvolvimento no Brasil ser dissolvida. Não há como medir o que aprendi por lá, foi uma experiência fantástica.
Qual é o propósito do Respect?
Criar sua própria estrutura usando bibliotecas que respeitam padrões, são leves e modulares.
O Respect talvez não seja um framework, já que ele não força ou incentiva nenhuma arquitetura específica. Ele é uma ferramenta pra criar seu próprio framework sem ter que escrever tudo do zero.
Existem vários jeitos de organizar as bibliotecas do Respect entre si ou com outros projetos para conseguir resultados diferentes, frameworks diferentes. Ele não sugere um pacote que une todas as partes.
Como surgiu a ideia de criar um novo framework?
Foi uma idéia que cresceu. O Respect me acompanha desde 2007, só foi publicado em 2010, mas só ficou popular em 2012. Já sofreu várias re-escritas e mudou bastante.
A primeira versão que publiquei era bem diferente do que é hoje e provavelmente ninguém mais usou.
O projeto cresceu quando o Augusto Pascutti e o Wesley Victhor fizeram um protótipo muito parecido com uma classe que o Respect tem, sem saber que o Respect existia. Foi uma sintonia grande, que fez a gente começar a trabalhar no projeto juntos.
Você aprendeu algo durante o processo de criação do Respect?
Muito! Eu não saberia metade do que sei sobre testes, documentação, portabilidade e orientação a objetos se não tivesse o objetivo de publicar algo que outras pessoas pudessem usar também.
Não aprendi só coisas técnicas, mas bastante sobre como projetos open source funcionam, como times distribuídos funcionam. Abriu portas pra colaborar com outros projetos e conhecer grandes programadores.
Você tem conhecimento de números de usuários, contribuições, aplicativos desenvolvidos com o Respect?
Não muito. Não controlamos os downloads nem temos acesso às métricas de visitação do GitHub, então estamos meio no escuro.
Os números no Packagist são um indicativo, mas não há como saber quantas instalações que aparecem ali realmente vão para produção.
Além do Respect você usa outro framework?
Raramente. Já mantive aplicações em Symfony 2 e Zend Framework, mas sempre que posso não inicio projetos usando frameworks full-stack.
Quando posso escolher quais tecnologias vou usar, também raramente uso o Respect como um framework, e acabo construindo uma estrutura diferente pra cada projeto reutilizando bibliotecas do Respect com outras.
Twig e Doctrine são as bibliotecas que uso com mais frequência, mas não tenho prediletos.
Entrevista: Alexandre Gaigalas was originally published by Elton Minetto at Frameworks PHP on September 22, 2014.
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